MINISTÉRIO PUBLICO DO PARÁ ABRE INVESTIGAÇÃO CONTRA PASTOR POR ASSOCIAR AUTISMO A AÇÃO DEMONIACA

 

No site, o MPPA alega que líder religioso se mostra despreparado, insensível e ignorante em relação às pessoas com TEA


Pastor Wellington pregando na celebração dos 90 anos da Assembleia de Deus em Tucuruí. Imagem: print de tela


O Ministério Público do Estado do Pará adotou procedimentos de apuração de discriminação praticada por líder religioso em relação às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A publicação foi feita no portal do MPPA, no dia 18 de julho, às 15h10. De acordo com o MPPA, o pastor agiu com preconceito e discriminação contra pessoas com autismo e, por isso, será investigado. O discurso foi realizado em 12 de julho, na celebração de 90 anos da Assembleia de Deus no município de Tucuruí.


No discurso, o pastor Washington Almeida, da Assembleia de Deus de Tucuruí, disse que “As crianças hoje, de cada 100 nós temos quase que 30% de autistas, em vários graus. O que está acontecendo? O diabo está visitando o ventre das desprotegidas. Daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade e a mentalidade para saber lidar no mundo espiritual”, discursou Almeida. O caso ganhou notoriedade e chegou ao ministério público do Pará.

De acordo com o MPPA, “o fato gerou indignação pela prática de capacitismo contra a pessoa com autismo, por disseminar desinformação na sociedade a respeito do que constitui o TEA, em desrespeito ao estabelecido no Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei 13.146/2015”, informa a nota. Além disso, o discurso foi classificado como despreparado, insensível e ignorante.


Na ação, o MPPA tem se reunido com pais e mães, a fim de dar instruções sobre eventos a seguir. Na primeira reunião, em 17 de julho, na Promotoria de Justiça de Tucuruí, foram repassadas informações, esclarecimentos e sugestões ao representante do Ministério Público. Uma segunda reunião foi marcada para o dia 19 de julho, às 12h, no mesmo local.


Ao tomar conhecimento da repercussão negativa da fala, o pastor postou um vídeo em suas redes sociais pedindo perdão aos ofendidos, alegou que foi infeliz na fala e que cometeu um erro que não o representa.


Apesar disso, a 2ª Promotoria de Justiça de Tucuruí solicitou a juntada ao procedimento das mídias contendo o vídeo com as falas do pastor na celebração, do vídeo gravado, posteriormente, pedindo perdão aos ofendidos, da nota da Assembleia de Deus de Tucuruí, divulgada em 16/07/2024 e prints de tela que comprovam a repercussão do discurso do pastor. O caso segue na promotoria.

 

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