Solidariedade popular alcança vulneráveis em periferias

 

A dinâmica imposta pela própria condição dificulta o alcance de quem vive em situação de vulnerabilidade.

Everton Rodrigues (à direita) e Emerson Rodrigo vital
(à esquerda) na entrega de 203 cestas em 11/4/21. 
foto: Marcos Cruz
As organizações populares e assistenciais instaladas nas periferias de grandes cidades atendem parte da população vulnerável, geralmente, não alcançada por programas de doações de cestas básicas organizadas por governos. É o caso da Associação Renascendo do Tubo que entrega cestas básicas às famílias da Favela do Tubo, localizada na Zona Sul da cidade de São Paulo.   

Fundada por moradores da comunidade, a associação surgiu com objetivo de atender as necessidades das pessoas do local, fornecendo-lhes cestas básicas e brinquedos para crianças, além da proposta de envolver a juventude em ações sociais que impediria o envolvimento deles na criminalidade. 

De acordo com o líder da associação, Everton Rodrigues (39), para atender as necessidades das famílias cadastradas são realizadas rifas, feijoada, jogos futebol beneficente e a população participa contribuindo com alimentos ou um valor para compra dele. “há 15 anos começamos o projeto entregando duas cestas básicas por mês. No ano passado, de abril a dezembro, entregamos 550 cestas mensais. Hoje, apesar de todas as dificuldades de arrecadação geradas pela pandemia, conseguimos entregar 203 cestas”, informa Rodrigues

Esse modelo de ação popular consegue alcançar o público não cadastrado no Cadastro Único do governo federal. Segundo a pesquisa “Estimativa da População em Situação de Rua no Brasil” divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em setembro de 2020, mais de 220 mil pessoas vivam em situação de vulnerabilidade no Brasil. Conforme os dados, em 2013, 975 cidades brasileiras haviam informado sobre a existência de 70 mil pessoas nessas condições. No entanto, desse número, apenas 16 mil haviam sido cadastradas no sistema. Já em 2019, 1589 municípios informaram ter conhecimento de 90 mil pessoas que precisavam de auxílio, mas apenas 62367 foram registradas no programa do governo Federal. Apesar do aumento do número de inscritos no sistema, há um bom número de pessoas para ser descobertas.

 

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